Férias...

Pois bem... estão quase de férias e ansiosos por não ter horários nem obrigações a cumprir.

Este foi mais um ano de novas descobertas, novas aprendizagens, novos amigos.

Aos meus alunos desejo que continuem a crescer e que todos tenham umas férias felizes e super divertidas. E não se esqueçam de ler um livro. 

Para o ano lá nos veremos nos corredores da escola....

As Cortes de Coimbra

"Juntos em Coimbra, os prelados e fidalgos que concordavam em defender Portugal e alguns procuradores de certas vilas e cidades do Reino, começaram a falar uns com os outros sobre o governo do reino e sobre quem o havia de governar. Nisto chegou o dia das Cortes (...)

Estava aí um notável varão, grande letrado em leis, chamado Doutor João das Regras. (...) disse aquele doutor (...) assim pelas coisas que vimos até agora, este D. João, Mestre de Avis, que tanto trabalhou e trabalha por honra e defesa destes reinos, é apto e merece esta honra e estado de rei (...). E por acordo unânime de todos os grandes e do povo comum, responderam que elevassem o Mestre à alta dignidade e estado de Rei (...)".

Saber & Fazer: Quais foram as razões apresentadas pelo Doutor João das Regras, nas Cortes de Coimbra, para a escolha do Mestre de Avis como rei de Portugal?

Lei das Sesmarias

Como por todas as partes de nossos reinos há desfalecimento de trigo e de cevada (...) que esse desfalecimento é por míngua de lavras que os homens deixam e se partem delas, entendendo-se em outras obras e mesteres.

Estabelecemos e ordenamos, que todos os que têm herdades (...) sejam constrangidos para as lavrar e semear (...) E se os senhores das herdades não quiserem cumprir tudo isto deem essas herdades a quem as lavre, e semeie sob certo tempo, e por pensão ou parte certa (...).

Mandamos que todos que foram ou sejam lavradores e outrossim os filhos e netos dos lavradores (...) sejam constrangidos para lavrar e usar do dito ofício da lavoira (...) .

Saber & Fazer: Quais foram as medidas tomadas por D. Fernando?

                            O que pretendia o rei resolver através destas medidas?

O rei D. Fernando

D. Fernando reinou de 1367 a 1383.

Para pôr fim à guerra com Castela, que nos foi quase sempre desfavorável, o rei acabou por casar a sua filha com o rei castelhano, em 1383.

Saber & Fazer: Refere as principais consequências das guerras fernandinas.

Os relatos sobre a crise em Portugal

O ano de 1333 foi tão mau por todo o Portugal que andou o alqueire de trigo a 21 ceitis * (...) e faltaram todos os outros frutos de que a população se mantinha. Nesse ano morreram muitas pessoas de fome (,,,), sendo tantos os mortos que não cabiam nos adros das igrejas e os enterravam fora dos adros e deitavam nas covas aos quatro e aos seis.

(...) No ano de 1348, pelo dia de S. Miguel de setembro, começou a peste; foi grande a mortandade pelo mundo, tendo, em média, as duas partes das gentes. As principais queixas eram bubões que as pessoas tinham nas virilhas e debaixo dos braços.

Livro da Noa de Santa Cruz de Coimbra

*O preço médio em anos normais era de 3,5 ceitis.

Saber& Fazer: Retira do documento, as frases que ilustram as caraterísticas da crise do séc. XIV em Portugal.

As Revoltas populares

"Aos domingos depois da missa, o padre do Condado de Kent, John Ball, pregava assim:

Boa gente, as coisas não podem estar bem em Inglaterra, enquanto os bens não forem distribuídos igualmente (...) Porque os que designamos por "Senhores" têm-nos em servidão. Se nós descendemos todos do mesmo pai e da mesma mãe, Adão e Eva, em que se baseiam eles para nos dizerem que são melhores que nós? E obrigam-nos a trabalhar para eles gastarem. Eles vestem-se de veludos e peles e nós de miseráveis trapos. Eles têm vinhos, especiarias e nós pão negro e água. Eles possuem extensos senhorios e nós apenas temos o trabalho, a chuva, o vento nos campos".

Saber & Fazer: O que provocou o forte descontentamento que esteve na base das revoltas populares?

Lei de Afonso IV (1349)

"Fui informado que em muitos concelhos, há homens e mulheres que, antes da peste, ganhavam dinheiro pelo seu trabalho (...) e que, agora, por terem recebido bens por morte de algumas pessoas, já não querem trabalhar no que antes faziam. E  que há também muitos outros que costumavam cavar, podar, lavrar, ceifar, vindimar, guardar gado (...) e agora só trabalham se lhes pagarem quanto pedem. De modo que os donos das terras, não podendo pagar altos salários, deixam de cultivar as suas vinhas e herdades (...). Mando-vos, por isso, que obrigueis todos os que costumavam trabalhar nos campos a voltarem aos seus serviços e que tabeleis os salários como parecer conveniente". 

Livro das Leis e Posturas

Saber & Fazer: Diz-se no documento que muitos homens e mulheres não queriam trabalhar. Aponta duas razões para tal facto.

A Peste

A peste é uma doença contagiosa grave provocada por uma bactéria. A epidemia da peste que afetou a Europa no séc. XIV teve origem na Ásia Central. Foram os navios dos comerciantes que, trazendo nos seus porões ratos contaminados pela peste, introduziram a doença na Europa. A partir daí, espalhou-se rapidamente, sendo a doença transmitida pelas pulgas existentes nos ratos e, depois, pelo contágio direto entre as pessoas.

A Peste Negra manifestava-se através de infeções pulmonares e inchaços em todo o corpo sendo acompanhada por febres altíssimas. Os seus efeitos eram muito rápidos e quase sempre fatais.

Saber & Fazer: Relaciona a evolução da peste negra com a quebra demográfica.

Os vitrais na arte gótica

As igrejas góticas eram construções mais leves, verticais e iluminadas. As decorações eram também  ricas e intensamente trabalhadas. Os vitrais, colocados nas janelas, representavam cenas da vida de Jesus, dos apóstolos e dos santos e davam um novo colorido luminoso ao interior.
O abade Suger, de Saint-Denis (França), dizia que os vitrais do seu mosteiro serviam para ensinar às pessoas que não sabiam ler a Bíblia quais eram as verdades em que deveriam crer.

Saber & Fazer: Explica o papel pedagógico que os vitrais tinham nas igrejas góticas.

O estilo Gótico

Saber & Fazer: Destaca as caraterísticas que fazem deste monumento o mais representativo do Gótico em Portugal.

As Ordens Mendicantes

O Papa reconhece a Ordem de S. Francisco

Saber & Fazer: Compara o aspeto e a atitude dos frades franciscanos com o modo como se apresentavam os membros do clero que o cercam. Que concluis? 

O ensino na escola monástica

                 

                                         

Durante a Idade Média, a cultura estava muito ligada à religião e à atividade do clero.

Nas escolas monásticas a língua de ensino era o latim.

Saber & Fazer: Indica os  motivos que levava os alunos destas escolas a aprenderem o latim

Cultura Cortesã - Uma cantiga de amor

Nos palácios onde viviam os nobres e os reis começaram a ser cultivadas a leitura e a audição de histórias e poemas em saraus abrilhantados com música e canções. Era o início de uma cultura cortesã. Nasce, assim a poesia trovadoresca, onde se incluem as cantigas de amigo, de amor e de escárnio e mal-dizer.

Nas cantigas de amor, o cavalheiro dirige-se à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O poeta, na posição de fiel vassalo, põe-se ao serviço de sua senhora, dama da corte, tornando esse amor um objeto de sonho, distante, impossível.

Saber & Fazer: Realiza um pesquisa e tenta encontrar uma cantiga de amor desta época.

Um banquete medieval

Cabia a cada um servir-se, à mão, dos alimentos que desejasse. Em ocasiões solenes, os grandes senhores ficavam afastados dos restantes convivas, numa mesa à parte, por vezes, colocada sobre um estrado, para, numa posição mais elevada, poderem ser mais apreciados pelos restantes. Durante e após a refeição ocorriam espetáculos em que participavam vários tipos de artistas. 

Saber & Fazer: Carateriza o ambiente de festa em que se podia manifestar a cultura cortesã.

A Companhia das Naus

( D.  Fernando) mandou que se escrevessem (...) todos os navios que em seu reino houvesse, com mais de 50 tonéis (...) . E posto assim em livros o dia e preço porque foram comprados ou feitos de novo (...), tudo aquilo que esses navios lucrassem de idas e vindas, pagassem para a bolsa dessa companhia duas coroas por cento; e que fossem duas bolsas, uma em Lisboa e outra no Porto (...) para do dinheiro delas se comprarem outros navios em lugar daqueles que se perdessem, por tormenta ou naufrágio (...) ou tomados por inimigos.

Fernão Lopes, Crónica do Rei D. Fernando, Prólogo (adaptado).

Saber & Fazer: Indica, partindo do documento, o principal motivo da criação da Companhia das Naus.

As letras de câmbio

Em nome de Deus. Aos 18 de dezembro de 1339. Pagareis por esta primeira letra, como é uso, a Brunacio di Guido e Companhia, 472 libras barcelonesas e 10 soldos, no valor de 900 escudos, a 10 soldos e 6 dinheiros por escudo, que me forem pagas.  Fazei bom pagamento e lançai-os na minha conta. Que Deus vos guarde.

Guiglielmo Barberi, Arquivo da Casa Datini (Florença)

Saber & Fazer: Quais eram as principais vantagens das letras de câmbio?

                            Considerando o trabalho do cambista, explica porque é que ele se tornou tão necessário para o desenvolvimento do comércio internacional.

Factos e Feitos: Bens de mão-morta

Aos bens do clero chamava-se bens de mão-morta, pois não mudavam de mão, isto é, ficavam sempre na posse dos mesmos proprietários (mosteiros, bispos...). Isso significava uma diminuição das receitas do rei, pois as propriedades do clero estavam isentas de impostos. Por isso, os reis procuraram diminuir, ou pelo menos fazer com que não aumentassem, os bens de mão-morta. As leis com esse objetivo chamavam-se, por isso, leis de desamortização e destinavam-se sobretudo a impedir que o clero comprasse ou herdasse novas propriedades.

                               

Lei de desamortização de D. Dinis (1286)

D. Dinis, por graça de Deus Rei de Portugal e do Algarve (...). Sabede que os Reis que antes de mim foram, defenderam que nem Ordens nem Clérigos não comprassem nenhuns herdamentos em seu reino, e outrossim o defendo eu: e ora alguns concelhos se me enviaram queixar que alguns Clérigos e Ordens faziam mui grandes comprar em minha terra (...).

(...) mando e defendo que os Clérigos, nem Ordens não comprem herdamentos e os que comprarem ou fizerem compra para si, desde que eu fui Rei, dou-lhes o prazo que os vendam desta Santa Maria de Agosto até um ano; e se não venderem até este prazo, percam-nos (...).

 Ordenações Afonsinas. Livro II, título XIV

Saber & Fazer: A quem se dirigia o rei D. Dinis?

                            O que pretendia o monarca conseguir através desta lei?

                                                                                                                  

Carta de Foral de Palmela

(…) Eu Rei Afonso filho do Conde D. Henrique juntamente com o meu filho Rei Sancho queremos restaurar e povoar Palmela a quem tomamos aos Sarracenos. Damos a vós foro e costume de Évora (…) que duas partes dos cavaleiros vão ao fossado, e uma terça parte fique no castelo: e uma vez por ano façam fossado. E quem não for ao fossado pague pelo foro 5 soldos para a fossadaria. E por homicídio pague 100 soldos ao fisco. E quem furtar pague nove por um roubo. (…) Aquele que ferir um olho, ou um braço, ou um dente ou outro qualquer membro pague 100 soldos ao ferido e ele dê a sétima ao fisco. (...). As tendas (lojas), ou moinhos e os fornos dos moradores de Palmela sejam isentos de tributo. (...).

Carta de Foral de Palmela 1185

fossado: serviço militar

Saber & Fazer: Quais as atividades económicas que estavm isentas de tributos?

                            Explica a importância de uma Carta de Foral

Uma Carta de Feira

 

D. Afonso III, pela graça de Deus rei de Portugal, a todos os do meu reino (...) saúde. Sabei que mando fazer uma feira na minha vila da Covilhã, em cada ano, pela festa de santa Maria de agosto, e mando que essa feira dure oito dias (...). Todos os que vierem a essa feira para vender ou para comprar fiquem seguros que não serão penhorados por qualquer dívida (...), a não ser por dívida em  dinheiro feita na dita feira. E, para que ninguém tema vir a esta feira, (...) ponho como pena que, quem agredir os homens que vierem a esta feira, me pague seis mil soldos e o dobro do que tiver tirado ao respetivo dono.

Chancelaria de D. Afonso III.

Saber & Fazer: Refere duas medidas de proteção aos feirantes.

                            Explica as vantagens para o rei da realização de feiras e mercados.

Factos e Feitos: O uso do ferro

   Como sabes, a metalurgia do ferro tinha sido descoberta há milhares de anos (calcula-se que os primeiros objetos remontem a cerca de 1500 a. C.). No entanto, inicialmente, o seu uso era caro e limitado. Durante muito tempo, o ferro destinou-se, sobretudo, a satisfazer as necessidades guerreiras e só mais raramente era usado em objetos de uso quotidiano.

   A partir do séc. XI, porém, houve uma melhoria das técnicas metalúrgicas e o ferro passa a ser utilizado, de forma generalizada, no fabrico de utensílios destinados aos trabalhos agrícolas: enxadas, sachos, foices...  

Aliás foi por serem de ferro que os instrumentos usados nos vários ofícios passaram a ser chamados ferramentas.

Saber& Fazer: Refere as vantagens da utilização do ferro na maior parte dos instrumentos agrícolas. 

Factos e Feitos: novo sistema de atrelagem

Saber & Fazer: Indica a vantagem desta inovação.

Povoamento das terras conquistadas

   Esta é a carta de doação que eu, D. Sancho, pela graça de Deus rei de Portugal, mando fazer da herdade de Pontével, a qual  damos e outorgamos a vós, francos de Vila Verde e Lourinhã, para que a tenhais vós e os vossos filhos e todos os vossos sucessores para todo o sempre.  

Quem quer que vos quiser tirar esta herdade, maldito seja.

Documentos de D. Sancho I. 1195 

Saber & Fazer: Porque terá recorrido o rei de Portugal a estrangeiros para o povoamento de certas regiões?

Passado Presente - A floresta e a população

Talvez já tenhas reparado que nas histórias tradicionais ainda hoje contadas às crianças abundam as florestas. Acontece que algumas dessas histórias são muito antigas e foram passando de geração em geração. Ora, há alguns séculos, a Europa estava ainda, de facto, coberta de densas florestas.

Essas florestas foram sendo abatidas para dar lugar a campos de cultivo. Só assim foi possível alimentar uma população em permanente crescimento.

Saber & Fazer: Explica o crescimento da população europeia entre os séculos XII e XIII.